Pesquisa da CNI aponta piora das expectativas frente ao arrocho monetário
A confiança do empresariado industrial com relação à economia caiu pelo nono mês consecutivo, devido as altas taxas de juros, segundo o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) divulgado neste mês de setembro pela Confederação Nacional da Indústria.
“O que a gente percebe na avaliação dos empresários, com relação a economia brasileira e com relação ao seu próprio negócio, se deve certamente ao que vem acontecendo há algum tempo. As taxas de juros muito altas. Não é à toa, desde o início do ano, tem essa percepção negativa dos empresários, contaminando bastante a confiança dos empresários durante todo ano”, afirmou Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI.
“O índice de confiança do empresário industrial em setembro, andou meio de lado na comparação com agosto, mas isso indica que eles continuam com falta de confiança, que acontece desde o início do ano”, comentou Azevedo.
Desde janeiro deste ano o ICEI tem apresentado resultados abaixo de 50 pontos, refletindo a desconfiança predominante e as preocupações com a desaceleração da atividade econômica, refletindo os juros altos impostos pelo Banco Central. Segundo o BC, a taxa Selic a 15% ao ano, com o juro real mais alto do planeta, em 10%, vai continuar alta por um período prolongado.
De zero a cem, abaixo de 50 pontos indica falta de confiança do empresário e valores cada vez mais baixos sinalizam uma confiança menor e mais disseminada no setor. A leitura da pontuação acima de 50 pontos é inversa.
O Índice de Confiança tenta antecipar os movimentos do empresariado. O empresário com confiança tende a aumentar a produção e as contratações, ele tende a investir mais. É o que acontece ao contrário no momento atual coma falta de confiança. Ele tende a reduzir sua produção, a adiar as decisões de investimentos e de contratação.
O ICEI divulgado neste mês de setembro situa-se em 46,2 pontos, variação mínima de 0,01 ponto acima do índice em agosto.
Juros altos deixando a economia lenta, dificultando o financiamento das empresas, e ainda aumentando a inadimplência. O brasileiro vive atolado em impostos e taxas dos 3 entes federais. Sobra pouco para custear as despesas da família, os quais precisam tomar dinheiro emprestado para cobrir outras dívidas, e o juro alto acaba por complicar ainda mais.