Em agosto, a dirigente esteve em Chicago para participar de eventos com representantes do partido Democrata
A presidente nacional do Psol, Paula Coradi, afirmou que teve seu visto americano cancelado pelo governo do presidente Donald Trump. Em comunicado divulgado pelo partido, a dirigente diz ter sido avisada da decisão pelo consulado.
O governo dos EUA justificou que a representação diplomática do país obteve informações, sem detalhar quais, que tornaram Coradi inelegível para entrar no país. Ainda segundo o comunicado, a decisão do Consulado foi fundamentada na Lei de Imigração e Nacionalidade dos EUA.
“Tive meu visto dos EUA cancelado nesta semana, em uma evidente retaliação política do governo Trump à firme atuação do Psol em defesa da soberania do Brasil. Se pensam que vão nos intimidar com essas medidas tacanhas, esses fascistas estão muito enganados”, afirmou a dirigente em suas redes sociais, que classificou a suspensão como arbitrária.
Coradi obteve o visto em 2018 e afirma que preenchia os requisitos exigidos pelos EUA. Ela solicitou a renovação do visto porque o documento válido foi extraviado. Em agosto, a dirigente esteve em Chicago para participar de eventos com representantes do partido Democrata.
Na segunda-feira (22), o Consulado dos EUA comunicou a dirigente por e-mail que ela estava inelegível para ter o documento. Coradi respondeu que recebia a decisão com surpresa e solicitou o detalhamento das razões. Nesta sexta, o órgão envia resposta comunicando o cancelamento.
Sem especificar a razão, o e-mail diz que “uma das razões” pode ser o fato de terem “surgido informações” indicando que o solicitante estaria inelegível ou que eventuais respostas ocorreram fora do prazo determinado ou estavam inadequadas. A mensagem termina com a informação de que o órgão não responderá a pedidos de análise e, caso deseje viajar aos EUA, uma nova solicitação de visto deve ser feita.
“O Psol expressa seu veemente repúdio a esta ação, que considera uma medida política de perseguição e intimidação”, diz o partido no comunicado.
Nos últimos meses, o governo Trump suspendeu o visto de diversas autoridades brasileiras, entre elas ministros do Supremo Tribunal Federal. O processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado por tentativa de golpe de Estado, foi usado como justificativa.
