O BRICS já representa hoje metade da população da terra, 30% da produção industrial e um quinto do comércio mundial. Brasil só tem a ganhar participando do grupo
A pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (17), mostrou que 53% dos brasileiros consideram correta a participação do Brasil no BRICS (grupo dos principais países do Sul Global). Apenas 29% são contra e 15% não souberam responder. O levantamento ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais presencialmente entre os dias 12 e 14 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
O BRICS já representa hoje metade da população do planeta, 30% da produção industrial e um quinto do comércio mundial. Ele é composto por onze membros titulares — Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Mais de quarenta países já demonstraram desejo de integrar a organização representativa do Sul Global, ou seja, da maioria dos países do mundo.
O grupo foi criado em 2009, após a crise especulativa mundial iniciada nos Estados Unidos e que provocou uma longa recessão mundial. A intenção de seus criadores foi aumentar o intercâmbio entre os países membros e propiciar a defesa comum contra as injustiças causadas pela ganância do sistema financeiro internacional, atualmente dominado pelo dólar e pelas instituições criadas em Bretton Woods, como FMI e Banco Mundial.
O governo Trump está atacando o Brasil e outros membros do BRICS porque quer seguir submetendo o Sul Global à sua dominação econômica. Os EUA veem no crescimento do grupo uma ameaça à sua hegemonia no mundo.
A pressão sobre o Brasil para sair do BRICS também tem o objetivo de afastar o país dos parceiros como a China e a Rússia. A China atualmente é o maior parceiro comercial brasileiro e o país com quem o Brasil tem grandes superávits comerciais. Tentar afastar o Brasil do BRICS é querer prejudicar sua economia e o seu desenvolvimento. É uma tentativa dos EUA de subjugar e humilhar o Brasil, como já tem feito Donald Trump, com apoio do bolsonarismo.
Durante a reunião de líderes, em julho deste ano, no Rio de Janeiro, o presidente Lula afirmou a necessidade da criação de um “novo sistema financeiro no mundo”, além de fazer um apelo por revisão da dívida de nações emergentes. O chefe do Executivo também defende incentivar países membros do BRICS a introduzir as moedas locais nas trocas comerciais entre seus membros. Em uma reunião virtual extraordinária realizada ainda este mês, a China defendeu maior cooperação comercial entre o bloco em meio às tarifas de Donald Trump.
